Ah, esse meu coração que não aprende.
É um louco desvairado e descomedido, que bate-me insanamente por qualquer brisa leve de esperança. Qualquer sussuro leve de atenção, já abre descompassadamente um sorriso atônito, uma assombração a minha espécie humana.
Ah, esse meu coração que não aprende.
Joga-se na órbita das ilusões, cai frenéticamente como que sussurrando um alento de desejo. Um desejo tão verdadeiro, que subnutri minha vida como um todo.
Ah, esse meu coração que não aprende.
Induz-se conscientemente para aquela esperança de ser correspondido, mesmo uma atenção leve do que é desejado, já é motivo suficiente para se ensaidecer e enlouquecer seu usuário.
Ah, esse meu coração que não aprende.
Já apanhaste tanto da vida, já sofrestes tantas amarguras e continuas sendo o ingênuo que confia. Não sabes que a vida maltrata os ingênuos e vilipendia-os a qualquer lugar onde a solidão abrasa?
Ah, esse meu coração que não aprende
Não é suficiente ser tão desvairado e tão elouquente em minha cabeça? Poderia ao menos fazer um breve silêncio. Um repouso, uma angústiante solidão de ti, faria-me o mundo ser ao menos, suportável.
Ah, esse meu coração pedinte.
Chora uma atenção alheia que envergonha seu portador. Pede com uma frequência absurda, um novo romance, um novo flerte e nova paixão. Chora descompassadamente, por um amor. Não, não adianta explicar que o amor não existe. Esse meu coração não aprende.
Ah, esse meu coração sofredor.
Sofre alucinadamente, e as vezes teve pouco contato com o objeto do seu desejo. Lá vai ele, soluçando sorrateiramente em mim, por quem jamais lhe deu um motivo para isso.
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Muito bom amigo. Não sabia do seu blog. Parabéns!
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